Você pode tudo nessa vida... Só não pode escolher ser infeliz.

4 Non Blondes - What's Up, aqui :)

Eu não sei sobre o que é esse texto. Escrevo por desabafo, mero ócio, acaso ou destempero. Escrevo para mim mesma! E quiçá, pra você também. Certa vez eu ouvi que um hábito nem sempre é uma necessidade – e, relutei. Mudar dói. E só dói porque a gente se acostuma. Com o que há de melhor e pior... No mundo, nas pessoas, na gente. Eu sempre achei meio masoquista (e meio estúpido – confesso -) essa história de se acostumar com o ruim. Se não nos julgarmos merecedores do melhor que possa haver no universo, de que vale a luta diária? De que vale a nossa própria existência? Eu sempre achei meio masoquista (e meio estúpido – confesso -) essa história de se acostumar com o ruim. Mas não estive eu por muitos anos, presa há tantas coisas destrutivas? Não estivemos e/ou estamos nós, tantas e tantas vezes, assim? Presos há coisas que simplesmente não conseguíamos e/ou conseguimos nos libertar...? Nem sempre escolhemos certo. Nem sempre conseguimos fazer o melhor. Para o outro, para nós. Às vezes a gente escolhe errado, porque ainda não aprendeu a fazer certo. E vive. E convive. E aceita. Porque não se sente forte o bastante para se desvencilhar, libertar... Seguir em frente. Mudar dói. E só dói porque a gente se acostuma. Acostuma-se com a ausência ou presença. Acostuma-se com os encontros sempre adiados ou sempre excedidos. Acostuma-se com o desprezo ou com o companheirismo. Acostuma-se em ser a última opção ou a primeira. Acostuma-se com o lugar na mesa ou a vaga na garagem. Acostuma-se com o sorvete de nata goiaba (que você toma desde criança e nunca muda). Acostuma-se até mesmo com o vazio que o fim de algumas etapas das nossas vidas, nos traz. Se isso é bom, eu definitivamente não descobri. Mas eu sei que dói. Dói mudar de casa, de cidade ou de escola. Dói deixar pra trás os anseios adolescentes e ir à busca de algo concreto e mais adulto. Dói crescer e perceber que você já não tem tanto tempo pra perder e já não tem a mesma coragem de dantes. A coragem de mudar o cabelo, de pintá-los de um vermelho tão intenso quanto você foi um dia, a coragem de mudar de vida, de planos, de sonhos. Eu não sei sobre o que é esse texto. Eu só queria dizer que... Talvez, a gente não consiga apagar nunca, aquilo que mais nos marcou. A gente não esquece o dia mais feliz das nossas vidas. Do gosto da comida da mãe ou da torta de chocolate da avó. A gente não se esquece do melhor amigo, daquele beijo que nos inebriou por horas e horas. A gente não se esquece de quem mais amou na vida. Daquela pessoa especial que mesmo de longe nunca deixa de fazer parte das nossas lembranças - cotidianamente. E com o inverso também é assim. A gente não se esquece de quem mais nos magoou. De quem mais nos traiu. De quem roubou sem o menor pudor o que tínhamos de melhor. A gente não se esquece daquele ano que custou a passar. Do roubo do celular recém comprado (cujas prestações você continua pagando) ou do carro que ainda não estava no seguro. A gente não se esquece daquela escolha que mudou o rumo de nossas vidas para sempre. A gente não se esquece nunca, daquilo que nos marcou profundamente, de uma forma boa ou ruim. De tudo aquilo que contribuiu para nos tornarmos a pessoa que somos hoje. E são todas essas coisas, que nos fazem ser quem somos e não quem gostaria de ser. E eu acho bem burro se arrepender do que quer que seja. Se a gente tivesse o poder de apagar os erros do passado, a sabedoria do presente iria junto. E não seria uma perda lastimável? Perder a própria história? Os enganos, o aprendizado e as falhas? Você escolheu ali e se arrependeu bem aqui, fazer o que? Será que você preferiria continuar no E SE?! Eu não gostaria. E vou continuar não gostando. Das incertezas, do talvez, do um dia quem sabe. Se não é agora, que não seja nunca mais. Se não é pra ser feliz por inteiro, ser feliz pela metade – é que não dá. Eu não sei você, mas eu não tenho mais 15 anos. E eu já estou bem crescidinha para esperar o destino escolher por mim. Eu quero a verdade, ainda que doa. Eu quero o inimaginável. Eu quero o intenso. Eu quero o amargo. Eu quero permanecer com o direito intransferível de ser eu mesma, bem do jeitinho que eu quiser ser. E ainda que amanhã eu me arrependa pela impulsividade dos meus atos e pelas tempestades que eu colher no meio do caminho, hoje eu prefiro assim. Bem do jeitinho que é. 
"Quando a gente sente que deu, é porque já deu. Quando a gente sente que acabou, é porque acabou. Quando a gente sente que deve ir, não interessa a opinião de todo mundo, a GENTE DEVE IR.”
Em suma: Faça as pazes com o seu passado e perdoe a você mesmo por todos os enganos cometidos e por todos os erros que não pôde deixar de cometer. Perdoe-se pelo SIM que ninguém ouviu, pelo NÃO que você daria um braço pra ter dito. Pela escolha que mudou a sua vida e que hoje você não consegue compreender o porquê escolheu. Pelo adeus que levou anos pra ser dito. Pelo beijo que você não deu. Pelo amor que você dedicou a quem sequer chegou a entendê-lo e respeitá-lo como deveria. Pelo tempo que desperdiçou. Pelos sonhos que desistiu de sonhar. Pelos planos empoeirados. Pela resposta embargada na garganta. Pela tapa que até hoje coça a sua mão. Pelo abandono... De si mesmo ou de alguém. Perdoe-se pelo ontem, que hoje você faria diferente, mas infelizmente, não pode. E compreenda que nem sempre é possível voltar atrás e consertar algo que foi quebrado dentro de nós mesmos ou fora. Nem sempre é possível fazer e/ou dizer aquilo que não foi feito e/ou dito. Quase sempre, a estrada do recomeço está bem longe do nosso passado ou daquilo que queríamos pra nós. As respostas de que precisamos, nunca estará aonde o seu coração não possa sentir. Elas estão dentro de nós. Um dia, você também vai descobrir. Não é preciso reviver dor alguma ou repetir pela milésima vez o mesmo erro, para finalmente compreender, que por ali vai doer mais e simplesmente não foi feito pra você. Diga a você mesmo, que você merece mais e que você quer mais. Da vida... Seja você, a mudança que deseja ver no mundo. Pode parecer bem difícil, e é. Mas vale a pena... Sempre valerá a pena, viver.



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