Aquela que trouxe vida aos dias

Eu costumava escrever sobre alguém que eu não tinha (re)conhecido ainda - e, me perdia... O sorriso, as mãos, o cheiro, o jeito e o gosto do beijo e quais sensações ele despertaria em mim. Gostava de imaginar que poderia encontrar esse alguém a qualquer momento ou lugar. Nossos olhos se enxergariam no meio da multidão, e, nossos espíritos dançariam radiantes, comemorando o fim da solidão. Meu Deus! Como eu sou Bethânia...!

Me sentia serena, mesmo com companhias vazias ou completamente sozinha, porque, eu tinha certeza que você chegaria. E, toda vez que eu fechava os olhos, jurava ouvir um timbre carregado de sotaque, me tecendo elogios e um sorriso que de tão verdadeiro, colava todos os pedaços meus, que se partiram no meio do caminho. Eu só precisava de um abraço pra te reconhecer. Em uma dessas voltas que a vida dá, nossos caminhos se cruzariam. E, foi exatamente assim que aconteceu...

Colisão, fusão, equilíbrio, transbordo.

Nosso encontro me diz tanto... De nós, da vida e da nossa completa impotência de impedir o que (talvez?!) estava escrito pra acontecer. "Maktub"?! Da nossa falta de controle e previsão. Quando a gente acha que sabe o bastante, o universo dá um jeito de provar que não. E, provou te plantando em mim, no meio do meu caos e do seu, nos misturando e virando a gente do avesso. E não é que o avesso é o nosso lado mais bonito?!

Ontem eu era só comigo. Hoje, começo eu e termino você. Do nada ganhei seu cotidiano, sua fala carregada de experiência e inteligência; sua bagunça organizada, sua ambiguidade de ser ora menina dengosa que enrosca na gente pedindo carinho, ora mulher autossuficiente que manda tudo pra puta que pariu. A gente se grudou do nada. E essa foi a maior serendipidade que me aconteceu, nos últimos anos.

A gente se parece tanto e é diferente em tanta coisa... Você sempre tão gentil com todo mundo e eu desconfiada. Você cumprimenta todo mundo, tem sempre um assunto, um sorriso, uma piada. Eu, no máximo, sou educada. Você ama cerveja e eu sou dos destilados. A gente é diferente em tanta coisa e mesmo assim: o teu abraço se tornou meus cais, teu sorriso meu guia, e teu beijo, devolve a paz que o mundo me tira.

E até a minha armadura se tornou pesada, desnecessária e incoerente. E o subconsciente grita que se pá é mais seguro juntar o que é meu, devolver o que é teu e seguir a vida só. Mas, quem liga? A gente se aprende e se ensina todo santo dia. E, por isso e por tantas outras coisas que eu nem sei (sei!), que eu sinto tanta coisa linda por você. Por ser meu abrigo, por ser cuidado, pela atenção e por fazer de mim uma mulher muito melhor, mais segura, mais humana. Me dividir com você é maravilhoso. Obrigada por isso!

Que a vida ache lindo a gente junta e eu possa sempre ser o seu cantinho de paz. Você chegou ontem e já faz parte de mim. E é uma das partes mais bonitas, viu? Logo eu, que não sou de ter certeza de nada, estou certa de você. Tudo em mim é irremediavelmente seu (nosso!)! E, não há nada que eu possa fazer para reverter ou remediar isso... E, quer saber? Ainda bem!

Que sorte a nossa, Benzinho! 

Postagens mais visitadas