Que Setembro traga de volta, os sorrisos que Agosto me tomou...

Não fomos felizes para sempre. Nem infelizes. Uma história de amor, não deveria começar assim. Mas nós nunca servimos para papéis clichês e nunca poderíamos ter construído uma vida convencional. Não sei ao certo quando tudo começou a se tornar irremediável, mas, eu não penso mais nisso... Bebi, chorei, ouvi Roberto e a família Caymmi, fumei demais, tive insônia e logo após dormi em excesso. Passei horas sem comer, só para depois destruir toda a dispensa de um mês. Fiz todas as coisas estúpidas (quando os ímpetos de loucura nos toma a alma) das quais costumamos nos arrepender. Escrevi poemas e os queimei. Seria estúpido permitir que alguém tomasse conhecimento "daquilo". Tanto sentimento exacerbado só pode mesmo ser considerado um ato falho. Um dos inúmeros, que cometi por todos esses anos. Vaguei pelas madrugadas, admirei cachorros, luas e mendigos. Bati papo com a solidão e entendi-me com ela. Ela me convenceu, de que nada mais queria, além de um pouco mais de mim. Esse pouco que eu vivi desperdiçando e entregando de graça pra tanta gente indistinta e sem valor algum. Hoje se faz presente o início de um novo tempo. Agosto se foi, e com ele, todos os meus desgostos... Tudo aquilo que podia ter sido e não foi. Ficou ainda um buraco, que nada preenche. Um vazio de silêncios que faz eco em todo o lugar. É possível que no fundo ainda reste muitas coisas a serem ditas. E talvez, o afastamento total de uma pessoa, só aconteça quando não mais restam essas coisas mal resolvidas ou quando não teimamos em desafiar os deuses, quando eles já disseram que não se compra destinos. E enquanto isso, a gente finge. Que esqueceu, que não se importa  mais e que não faz mais diferença alguma e respira fundo. E se conforma. Porque afinal, Agora está passando: um band-aid no coração, um sorriso nos lábios – e tudo bem. Ou: que se há de fazer.

''Respirei fundo. 

O ar puro da cidade lavava meus pulmões por dentro. 

Setembro estava chegando...

Enfim.''

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