Do que fica

Daughtry, it's not over... ali.

"E choro sempre quando os dias terminam porque sei que não nos procuraremos pelas noites."

É fácil porque os dias passam, mas é doloroso, porque o sentimento fica. O sentimento fica, e... E eu já não sei mais... o que fazer, pra tirar você de dentro de mim. Fiz promessas no altar, bati tambor no terreiro. Pedi auxílio aos santos, pedi força aos orixás. E nada adianta. Nada desfaz esse nó, que tantas vezes me impede de respirar. E a gente escuta tanta coisa... E Freud diz que todo esse sentimento é um édipo mal resolvido. Que eu tento achar em você, o meu pai, mas... Eu já superei isso, sabe? E eu nem o acho mais, tão parecido com ele. E eu saio por aí, procurando respostas em qualquer lugar. E nada cessa essa vontade de querer você, sabe? Porque apesar de todas as tentativas para expulsar você da minha vida, você permaneceu. E eu não sei como idealizar essa nossa história, como quem musica contos de amor impossível. E não tem jeito. Eu vou tentar racionalizar. Mesmo que não haja explicação. Mesmo que nada nem ninguém tenha conseguido explicar. Eu só sei que guardo também a lembrança de quando você me abraçava... forte. E desfazia todos os receios que eu tinha de me entregar a você. Eu lembro do modo que eu costumava sorrir, quando você encontrava um tempo pra me ver, no meio do seu dia maluco. Lembro do brilho dos seus olhos sempre tão castanhos, ao me contar das coisas corriqueiras do seu cotidiano (que no fundo, eu nem tinha interesse), mas que quase sempre eu achava incrível. Eu quase sempre te achava incrível. E isso também dói. Porque eu sempre vou sentir tudo isso sozinha, sabe? Eu nunca vou poder contar com você. E eu sei que se contasse todas essas coisas, você também se magoaria. Imerso na sua impotência, de não saber... lidar comigo. E é tão mais fácil racionalizar essa nossa história. Mesmo que não haja explicação. Mesmo que nada nem ninguém tenha conseguido explicar. E é tão mais fácil me convencer que começou errado, então tinha mesmo que terminar errado (e nada do que eu fizesse, por mais incrível e surreal que fosse, mudaria coisa alguma) e é melhor deixar pra lá. Mas é que no fundo... eu queria mesmo é que você me apertasse contra o seu peito e me pedisse pra ficar. De novo, e de novo, e de novo. Eu queria que você fizesse planos maiores e melhores pra mim. Eu queria que... você me amasse. Eu queria que você me amasse. Porque apesar de todas as tentativas de expulsar você da minha vida, você permaneceu... em mim.


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