Impossibilidades

Legião Urbana // Giz...
...aqui!

Eu queria escrever um texto, que pudesse traduzir todos esses anos em que eu te amei imensuravelmente. Mas acho que no fim, seria inevitável escrever que “Eu lamento!”, sabe? Lamento profundamente. Que você tenha tido tantas dúvidas e tantos receios, que um dia e bem lá atrás eu também tive, mas que desapareceram e hoje eu não tenho mais. Que você tenha me preterido tantas e tantas vezes, sem nunca perceber que no final das contas, era eu, a única, que sempre estava ali e por você, só que você nem viu. Eu quis te dizer naquele dia no carro "É você que eu quero. É você quem eu amo", e eu disse. E eu esperei que você viesse, e eu sei que você quis... mas não conseguia. E eu acho isso bem trágico. E lamento, sabe? Profundamente. Porque quando você descobrir que eu era "A única e a primeira", eu não vou estar mais aqui. Eu não estou mais aqui. E eu acho que você precisava saber disso. Eu preciso parar, sabe? Parar de desperdiçar tanta vida a troco de nada. Você é um menino. É incapaz de acompanhar minha linha de raciocínio meio poeta, meio neurótica e meio madura. Tudo isso é mais do que a sua subjetividade comporta. E eu não posso viver pra sempre, no tormento que é desejar tanto alguém, que ainda tem tanto pra desejar por aí. E cá entre nós? Nunca teria dado certo. Você é (ou está?) um homem de várias mulheres, e eu sou mulher de um homem só. Você leu? EU SOU MULHER DE UM HOMEM SÓ. Eu quero amar estupidamente e confiar cegamente. Eu quero casar de véu e grinalda num jardim bem florido e bem bonito e de dia. Porque casamento é alegria. E precisa da bênção do sol. Eu quero ter uma casa com jardim e quintal, para as crianças e o cachorro. Eu quero churrasco aos sábados e com os amigos e almoço aos domingos com a família. Queria uma história dessas que ninguém no mundo entendesse... além da gente. Talvez você esteja numa fase em que você precisa provar todos os sabores e cores (talvez passe, talvez não). Mas eu não estou. Eu quero o meu homem, sabe? Pra botar no colo e cuidar, pra fazer café, cafuné, almoço e janta. E tratar como único, porque pra mim, ele é. E eu lamento... por todas as crises do seu coração. Porque um dia você vai descobrir que era eu. Só que eu não vou estar mais aqui. Eu acredito que tudo que a gente vive na vida, vive por algum motivo e/ou pra cumprir alguma missão. E eu tentei, sabe? E no fundo, eu sei que você também tentou. De um jeito torto, meio grosseiro, até - mas tentou. Só que não deu. Quem sabe em outra vida? Ainda resta um vazio que nada nem ninguém preenchem. E eu penso que "Tudo bem, deixa assim". Vezenquando me rouba o sentido que eu queria ter de vida. E eu "me sinto o camelo do poema de Cecília Meireles, mastigando sua imensa solidão." Talvez, o que me prenda a você, seja essa impossibilidade de sermos, finalmente, nós.  Talvez você não seja o meu destino. Talvez existam outros destinos. Talvez você tenha me preparado para viver a história mais linda de todos os tempos com o grande amor da minha vida. E eu tenho em mim, um sentimento tão maior que eu, tão bonito, e... Eu preciso te dizer que, eu achei que era todo por e pra você. Não sei se já te disse alguma vez, mas... Eu amava o grande homem que você era por dentro, mesmo quando insistia em ser o maior babaca, por fora. Quando me ligava, querendo me encontrar na mesma estação (tão contramão do meu rumo), pra me dizer as mesmas palavras bonitas que nunca se concretizavam em ações bonitas também. Querendo me esconder como sempre, e me amar só enquanto você podia vulgarizar o meu amor. Me querendo no escuro. Só que chega, sabe? Eu não quero mais. Nunca mais. O meu querer mais bonito, era seu. Só seu. "Num deserto de almas também desertas, uma alma especial, reconhece de imediato a outra". Se você não me reconheceu, então é porque não era mesmo você. E eu me enganei.
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♪♫ Quero que saibas que me lembro.
Queria até que pudesses me ver.
És parte ainda do que me faz forte.
E, pra ser honesto, só um pouquinho infeliz... ♪♫

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