Complexo de Bahuan

Lembram do Bahuan, da novela Caminho das Índias (àquela que passava as 21h na globo)? Isso mesmo, o "Dalit". (risos) E porque diabos eu fui ressuscitar o Bahuan? É pra deixar pra vocês um texto fantástico, de uma escritora (jornalista e publicitária) fantástica também! O nome dela é Gisela Rao... Enjoy! ;) 


Ô cara chato esse Bahuan (Marcio Garcia), da novela Caminho da Índias. Encarnou um complexo de rejeição que Afffe Maria. Se sente rejeitado pelo Raj, e o persegue. Se sente rejeitado pela Maya e não deixa a coitada em paz. Porque vamos combinar que isso não é amor, né? Bom, se fosse só o mala indiano tudo bem, o problema é que conheço muita gente que também sofre com esse Complexo de Bahuan. Confesso que já fui uma delas. E vou ver se consigo dar alguma contribuição aqui. Meu pai nunca foi um cara amoroso e carinhoso, ao contrário, era meio frio e autoritário. O oposto de amor na cabeça de uma criança geralmente é a rejeição e ela não se acha boa o suficiente para ter o amor do pai. Bem, cresci obviamente me apaixonando por homens "rejeitadores" à procura do meu pai e porque já conhecia essa estrutura de vida, então me "sentia em casa". Nem preciso dizer o quanto me machuquei tentando agradar a esses homens durante anos e anos da minha vida. Só para você ter uma ideia: eu cheguei a ter um caso com um moço que tinha um olhar tão frio, mas tão frio na cama que eu precisava disfarçar e colocar uma venda nos olhos dele (dizendo que era "brincadeirinha erótica"). Fora os que me tratavam como um coqueiro de plástico e eu ainda os enchia de presentes... Cruz Credo! O problema da pessoa com Complexo de Bahuan é que ela própria, muitas vezes, alimenta o rejeitar do outro. Ou seja: eu forço a barra, o outro me rejeita e aí eu posso nutrir esse meu complexo e dizer para todo mundo - "Vejam como sou uma coitadinha que ninguém quer!". Eu só saí desse ciclo masoquista com muita terapia e também parando de buscar meu pai nos outros. Aliás, parando de buscar meu próprio pai nele mesmo. Eu resolvi me dar o amor que eu não tive, a atenção que não tive, o apoio, a valorização... E, as coisas mudaram para muiiiiiiiiiiiito melhor. Eu tinha um mestre budista que costumava dizer: "Quando alguém ou uma coisa não te querem, muitas outras vão querer... Abandone o velho, queime os navios e abra-se para o novo!" Divida o mundo em duas categorias: as pessoas que te querem e as que não te querem. Para essas últimas, dê um - "Não nos procure, nós o procuraremos" - e suma do mapa. Valorize-se!






Sensacional, não?! :) Deixo registrado aqui, a profunda reflexão!

Postagens mais visitadas