Deixar ir, desprender-se...

Então perguntaram se eu conhecia você... Tantas lembranças passaram pela minha cabeça... Na minha boca, o gosto amargo pelas feridas profundas que você deixou. "Imperdoável!" - Pensei. Respirei fundo... como se o ar que eu buscava, fosse capaz de apagar toda e qualquer lembrança sua. Levantei a sobrancelha, estufei o peito como um pavão (quando se prepara pra brigar com qualquer um, que lhe ouse atravessar o caminho) e com ar soberano, respondi: "Não mais..." 

E leva tempo... pra aceitarmos que a parte que achávamos conhecer do outro, era falsa, mesquinha, pequena. A gente arruma novecentas desculpas para a falta de jeito do outro. Para a falta de respeito e consideração do outro. "Ah, ele é confuso. Ah, ele ainda não descobriu o que realmente importa. Ah, ele tem medo. Ah, ele é maluco. Ah, ele isso. Ah, ele aquilo." É difícil mesmo... Compreender que o que pra você era amor, para o outro, era oportunismo, conveniência. No fundo a gente sabe... Eu sei... Quem ama, ama. Sem complicações, sem armações, sem armaduras, sem leviandade, sem hipocrisia, sem falsidade. Ama... pura e honestamente. Mas você não soube. Talvez nunca saiba... amar alguém.

*

Postagens mais visitadas