Histórias verdadeiras que nos pertencem, mas, se perdem de nós...

Então nos reencontramos... Quem diria? Tanto tempo se passou desde aquela tarde em que nós nos maldizemos e decidimos seguir um pra cada lado, pra sempre. Você continua lindo e eu ainda emudeço quando você me elogia. E se é verdade que grandes amores terminam, porque ainda ficam no coração? Ao te ver sorrir, perguntei pra mim. Não soube. Eu sei que com o tempo, inevitavelmente, algumas coisas se deslocam, sentimentos se modificam e/ou acabam. E apesar disso, na nossa vida, somos nós que escolhemos o que fazer a respeito e qual caminho seguiremos dali pra frente. Às vezes a gente sente falta e às vezes a gente até se convence de que foi melhor assim. Passeei pelo blog e senti você em quase tudo que escrevi. Textos que só eu sei que foram pra ele... só pra ele. Pensei. E foi estranho. Ter tantos anos da minha vida, documentados assim... em um portfólio. Reli a maioria. Ouvi as músicas, me envolvi nas antigas reflexões (algumas sábias outras nem tanto), resenti a dor. É estranho olhar nossa própria vida de fora. Tantas e tantas situações confusas no ontem, hoje, tão óbvias. Porque eu não enxerguei aquilo? Porque fora tão inconsequente? Vai saber... Talvez tenhamos que aprender assim... no escuro, como um cego... tateando estrelas distraídas. Com você eu tive a história mais dolorosa e mais intensa de toda a minha vida... A maior de todas as minhas lições, que hoje tomo como um presente (literário, até). Eu não sei o que foi feito daquela Stephanie. Também não sei o que foi feito do homem de olhos brilhantes (que sorriam só, por/pra mim) que escolhi meu marido. É claro que eu sinto e muito... por tudo. Mas agradeço a Deus pelos caminhos tomados. Erramos os erros certos. Confusos e oscilantes como éramos, erramos ambos os erros certos. E eu juro que não planejei ter derramado tantas lágrimas diante de você. Pode ter parecido meio piegas e até clichê, mas... nunca foi minha intenção tentar sensibilizá-lo de coisa alguma. Foi demais pra mim, sabe? Ter o homem da minha vida bem ali, diante de mim, e, impossível... pra sempre. Distante dos sonhei que sonhei e dos sentimentos que guardei. Irreversível. Eu aprendi que a gente sempre pode escolher como vai reagir diante da dor. O que a gente não tem, é o poder pra conduzir sempre, as coisas do modo e na direção que gostaria. E que bom. Se a vida nos martiriza também nos acalenta. E são as surpresas que enriquecem nossas vidas. Às vezes elas desestruturam mesmo. A gente não entende na hora e até amaldiçoa o universo. Mas depois descobre o porquê e o pra quê de todas coisas e... fica tudo bem, sabe? “Que delícia é poder mudar de opinião. De sentimento. Ver. Rever. Ler, reler... de mil novecentas e setenta e nove formas diferentes.” Ninguém joga nessa vida com cartas marcadas. Eu não sabia se queria, você tinha certeza. Eu fui até o fim da estrada, você não saiu da calçada. Você queria uma vida, mas eu fiz outros planos. Eu construi sonhos, mas você mudou de ideia. Já passou, já passou – quem sabe em outra vida? :) Eu achei o universo injusto e desgraçado, mas um dia eu vou descobrir que ele estava coberto de razão. Eu sei. Deus se move de formas misteriosas, mas sempre tem razão no que faz. Ele SEMPRE tem.

Com meus calos, minhas marcas, meus suspiros, minhas idiossincrasias, meu gênio forte e meu espírito repleto de vulnerabilidades... Prossigo. Com a certeza de que, afinal, o tempo passou...


"Strani amori fragili / Amores estranhos, frágeis;
Prigionieri liberi / Prisioneiros livres;
Strani amori che non sanno vivere / São amores estranhos que não sabem viver;
E si perdono dentro noi / E se perdem dentro de nós".

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