Todo Carnaval tem seu fim.


Queria escrever sobre todas as coisas que enfrentei pra chegar até aqui, mas seria em vão. Ninguém joga com cartas marcadas nessa vida. E às vezes, tudo que você tem de mais bonito e íntegro, ainda é muito pouco para o outro. E nem é porque você se esforçou pouco ou não lutou com todas as forças que tinha. Quando não é pra ser, não vinga. Então porque diabos a gente não entende isso tudo de uma vez, e sossega?! Eu já fui tão tola... Já quis tanto acreditar (e acreditei). Já me dei tanto por tão pouco. Mas é que às vezes, na sua infinita sabedoria e benevolência, Deus, nos concede a dádiva de enxergar. Simplesmente, enxergar... Tudo que esteve desde o princípio, bem ali... E nós, por pura ignorância, birra, imaturidade ou sei lá o que, não enxergamos. Porque insistir é muito diferente de perseverar. Quase que se transforma em incomodar, e aí, é preciso seguir. Abrir mão de você e de tudo que construí pra nós, era inconcebível... Até hoje à noite. Quando te encontrei pela última vez. Porque dentro de mim, ardia a esperança de que um dia, você encontraria a trilha que o traria de volta pra mim. Parece idiota, me sinto idiota, mas, eu desejei algo tão maior do que essas cinzas e retalhos... Todo amor que tínhamos... E hoje, se tornou um imenso relicário de impossibilidades de nós. E não adianta reviver cada cena e imaginar diferente. Não adianta praguejar ou maldizer os deuses. Eu fiz tudo. Tudo o que não podia, para tê-lo pra mim. Eu dei tudo. Tudo o que não podia dar de mim. Nos perdemos no fio da vida. E se você me dá licença, já se passaram quase três anos, e eu realmente preciso ir... Sem despedidas, sem mais feridas (alem de todas as antigas). E é triste. Porque eu acreditei em tudo àquilo que você jurava ser verdade... Pra mim. E vezenquando eu ainda me pergunto, se você também pensa em mim, às vezes, antes de dormir. Mas não importa... No fundo, nem importa mais. Porque eu sei que um dia, eu vou te olhar e fazer um p*ta esforço pra lembrar as coisas que me fizeram amar você. E vai ficar tudo bem, sabe? Porque só hoje eu percebi que não há mais nada a fazer. E eu confesso que, uma parte de mim, ainda espera subitamente a sua volta, mas, eu nem vou dar ouvidos a ela. Hoje eu procurei nos seus olhos, aquele homem que tanto me amou. Eu não o encontrei. O fim do amor é infinitamente mais doloroso que o nosso fim. Porque eu lutei tanto por nós. Meu amor estava surrado, querendo renascer em outro canto e ainda assim, eu quis o nosso canto. Até hoje à noite. E foi naquela estação cheia de pessoas, indo e vindo, que eu tentei desesperadamente encontrar qualquer memória perdida de nós, suficientemente grande, que me fizesse acreditar que havia conserto pro nosso amor... Eram quase dez horas, quando você se despediu e me beijou na testa. E aquele beijo fez todo sentido pra mim... Eu finalmente me dei conta que você já tinha ido embora e era eu quem precisava ir... E é tão estranho desviar o olhar como eu fiz (porque eu só queria era chorar feito criança que se perde da mãe e nem sabe por onde procurar). Te ter bem perto e não te tocar (quando na verdade eu queria te abraçar forte e te pedir pra ficar). Olhar nos seus olhos e enxergar tão claro que você já não sente o mesmo por mim. Que você não sente nada, nada do que um dia você disse sentir. Em qual esquina você se perdeu de mim? Como tanto amor pôde se acabar? Será que um dia eu consigo te perdoar? Achei que fôssemos pra sempre... Mas tudo apodreceu mais e mais, sem que eu percebesse, doído do impossível que era tê-lo. Eu tive tanta fé... Eu acreditei tanto. Tanta expectativa, rodeada por todos os lados de desilusão. Mas passa. E eu devia te desejar o melhor, sabe? Mas eu me reconheço ainda incapaz de um gesto tão nobre. Deus é quem sabe do que a gente merece e precisa pra ser feliz. E se você notar essa minha ausência longa e gradual, perdão! Mas é que eu preciso investir no sossego do meu próprio coração. Eu preciso me afastar pra poder te esquecer, Meu Amor. E quem sabe um dia, numa dessas esquinas, a gente se encontra por assim dizer, feliz? Eu só sei que, hoje ou daqui a cinqüenta anos... Quando falarem de amor, eu sempre vou lembrar você.



“Você foi o maior dos meus casos, de todos os abraços, o que eu nunca esqueci. Você foi dos amores que eu tive o mais complicado e o mais simples pra mim. Você foi o melhor dos meus erros, a mais estranha história que alguém já escreveu. Você foi toda a felicidade, você foi a maldade que só me fez bem. Você foi o melhor dos meus planos e o pior dos enganos, que eu pude fazer...”

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