Meu bem querer, é segredo, é sagrado...


Tem sido difícil escrever ultimamente... Ando distante, com uma sensação incômoda no peito. Não sei se é tristeza, ou se é só um intenso vazio. Às vezes acho que, é essa a sensação que a gente tem, quando se conforma com uma situação que antes era muito doída e hoje só restou, encarar a realidade. Meto a cara no travesseiro e tento chorar. Na maioria das vezes eu não consigo. Os olhos ardem, secos, cansados... Solto uns arquejos, roncos, soluços, barulhos de bicho... Uns grunhidos de leão ferido com bala no coração. Nessas horas eu sempre lembro você. Às vezes eu me sinto tão perdida sem você aqui. E eu me entristeço pensando: “Ele está tão longe de mim...” E o meu coração grita: “Mas ele está aqui, ó!” E não adianta... Eu posso ter o mundo inteiro nas mãos... Se você não estiver aqui, bem aqui... Nada faz sentido! E eu sei, bem lá no fundo, que algumas coisas por mais impossíveis e improváveis que pareçam foram feitas para um dia dar certo. Senão hoje, quem sabe amanhã? E Deus, eu sei... Eu sei que é pecado, é errado, é vergonhoso. Mas... Eu o amo. Mesmo deixando-o ir. Mesmo não o pedindo pra ficar. Mesmo que às vezes eu tente me afastar e não fazer mais parte dos dias dele. Mesmo estando longe. Eu o amo. E amo mesmo. Mesmo não sabendo amar. Nós dois somos uma ferida que não sabe cicatrizar. Que só de esbarrar, sangra. Por tudo que fomos. Por tudo o que não conseguimos ser (mesmo desejando profundamente). Por tudo que se perdeu. Por termos nos perdido (de tudo aquilo que um dia sonhamos e desejamos pra nós, e não fomos fortes o suficiente, pra selar). Pelo que queríamos que fosse e não foi (apesar dos nossos dedos cruzados e moedas da sorte jogadas na fonte). Pelas renúncias. Por valores não dados. Por erros cometidos (que mudaram todo o rumo da nossa história). Acertos não comemorados. Palavras dissipadas. Versos brancos e mudos. Pelas guerras cotidianas, por tentativas de sobrevivência de nós mesmos. Pelos apelos de paz não atendidos. Pelo amor derramado. Pelo amor ofendido, aprisionado. Pelo amor desperdiçado. Pelo respeito empoeirado em cima da estante. Pelo carinho esquecido junto das cartas envelhecidas no seu antigo guarda-roupa. Pelos sonhos desafinados, estremecidos, adiados. Pelas juras de amor desbotadas. Pela culpa. Toda a culpa. Minha. Sua. Nossa. Por tudo que foi e voou. E não volta mais... E tudo o que restou de nós, ficou no passado. Mas a vida segue. E continuará seguindo, sempre... Mas tudo o que foi bonito, assim como as dores profundas, ficará com toda a força. Mesmo que a gente se esforce pra esquecer ou apagar com outras coisas bonitas e mais leves. Certos sentimentos nem o tempo apaga. E a gente lembra. E dá saudade. E é uma saudade que faz os olhos brilharem por alguns segundos e um sorriso escapar volta e meia (ainda que a alma sangre conseguintemente), quando a cabeça insiste em trazer a tona, o que o coração vive tentando deixar pra trás. No fim, você põe um sorriso no rosto e finge que é sincero. Porque a vida sempre se encarrega de fazê-lo ser. E não importa... Hoje ou daqui a cinquenta anos. Você vai ser sempre aquele em que vou pensar, quando disserem: “Ei, antes de apagar a velinha, faz um pedido!”.

“Se acalma pequena, quem foi feito um para o outro o destino dá um jeito de unir.” (Caio F.)



 
"Amor, e o que é o sofrer para mim que estou... jurada pra morrer de amor."

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