De desistências e rumos.



Eu ia começar a frase com um ‘talvez’ meio sínico... Mas desisti. Nem eu agüento mais me soterrar de ilusões. Hoje eu sei que, se eu continuo inventando na minha cabeça, que você teve MEDO do inseguro (que possivelmente a minha volubilidade te transmite), é só uma forma de ajeitar essa história doentia e patética, frustrada e inconsciente, de tudo que a gente (não) viveu. Mas podia. E é no pretérito mesmo. E eu acho isso tão triste... Porque você está indo embora... Você está indo embora de mim. Aqui dentro, sabe? Absolutamente irreversível (e o mais doído é que você não se dá conta). Eu tô ficando com uma sensação meio Adriana Calcanhoto: “Entre por essa porta agora e diga que me adora; você tem meia hora pra mudar a minha vida...” Mas vai passar. Porque eu me conheço (e eu só tenho ido tanto atrás de você, por medo de karmas passados. E eu me jurei não ser mais culpada por despedidas. E que se alguém estivesse indo embora, eu faria tudo para fazê-la ficar [só pra nunca mais me culpar de não ter feito absolutamente nada]) e eu já comecei a achar você estranho e meio idiota até. E eu lamento, sabe? Profundamente! Porque era pra ter sido incrível. Podia ter sido incrível. E eu tenho certeza disso, porque o amor que eu sinto por você, ninguém, nunca (nem ela) vai sentir por você. E eu digo isso com toda essa convicção, porque eu sei quem você é. Eu conheço você e todos os seus caracteres mais sombrios. Conheço suas mentiras, conheço seus desejos, conheço os seus medos. Eu não amo o vislumbre de um homem. Eu amo você... E cara... Ela nem sabe quem você é. Isso é sorte ou azar, meu? E às vezes, entre um café ou outro, eu me pergunto, se algum dia você vai se dar conta, do quanto o meu amor foi imensurável, o quanto eu esperei e fiz por você, o quanto eu dediquei o pouco que eu tinha a você. E eu sei que é uma puta perda de tempo falar disso agora... Mas toda vez que eu penso, repenso e trepenso, caio nisso... Nisso de eu ter amado tanto alguém, que sequer quis realmente e profundamente, compactuar com tudo que eu imaginei pra nós. Você foi o cara com quem eu quis filhos, casa com jardim e cachorro. É... Podia ter sido absoluta e irreversivelmente incrível. Mas nunca, nunca mais vai ser. Porque você não quer, porque você tem receios e porque você prefere se revestir nessa capa de homem de aço (o cara inatingível) e manter as aparências de uma vida confortável e amável. E você prefere se convencer todos os dias, que é ela mesma, a mulher perfeita pra você... E não eu. E foda-se, porque a escolha é sua, não minha. Logo, a culpa disso tudo será sua (graças a Deus!).

É isso... :] Um brinde a todas às impossibilidades não vividas... Pra que elas se libertem, sabe? E talvez o mundo gire e você tenha sempre com você a incógnita do que nunca vai encontrar por aí... (Nunca.) (Não como a gente.) (Não como eu.). Só que eu não vou estar mais aqui.

Postagens mais visitadas