A vida segue!

Lembra o que eu falei pra vocês sobre a tal 'perna manca' no post anterior? Pois então... Eu esqueci de dizer que chega um determinado momento, em que você vai caminhando assim meio manco mesmo. É quando você menos percebe. Não tem como eu dizer em qual momento, ou como isso acontece. Apenas acontece. Um belo dia você acorda disposto a mudar. Tá, não é num dia qualquer. Sempre ocorre alguma coisa que te faz acordar. Daí você imagina: 'Se eu fiz tudo pra estar com ele, e não deu certo, talvez não fosse mesmo pra ser.' E se conforma. Você passa dias tentando dizer adeus e simplesmente não consegue nem balbuciar essa mísera palavra. Daí quando você NÃO diz, você sente que já foi...

É que as vezes não precisa dizer com palavras. Os olhos dizem, as mãos, o coração... O adeus acontece justamente, quando a sua vontade de estar ao lado de quem ama, é compatível a necessidade de seguir em frente. Certa vez alguém me disse: 'Não saber viver sem alguém, não quer dizer que você não viva sem esse alguém.' Acho que foi uma das coisas mais lúcidas que ouvi. Você não sabe naquele momento. Deixar de amar não é assim. Não se desama dando um mero 'Tchau'.

Mas um dia... Vai passar. Talvez não amanhã, mas dentro de um mês, um ano ou dois. Quem sabe? A vida está aí. Haverá sol quase todos os dias, e sempre existe essa coisa chamada: Impulso Vital. Esse impulso, que não permite nenhuma dor ser perpétua, te empurrará quem sabe para o mar, para o sol, ou uma estrada qualquer. E de repente, entre uma frase ou um pensamento, você se surpreende pensando algo do tipo: 'Estou contente outra vez.'

A questão, é que você pode viver sem alguém... O problema é que você não quer. E não quer porque ainda ama... E talvez ame pra sempre. Talvez o amor não tenha fim. O que tem fim é a força, a coragem, pra persistir, insistir. Os sonhos apodrecem se ninguém os reclama. E os planos? Os planos tornam-se poeira. Poeira em cima do coração... E eu que o diga, que tenho um tão empoeirado. Já gostei de muita gente. E não tem receita pra esquecer. Cada um a gente esquece de um jeito. Teve menino que eu precisei me livrar de todas as lembranças. Outros eu tive que odiar. Outros que eu esqueci com outros. Mas sempre tem um, que você nunca esquece. Ou esquece? Isso eu vou descobrir.