Pedaços de nada.

26 de Dezembro de 2010.
Querido,

Não queria mesmo parecer uma adolescente aflita com o seu diário. Mas hoje, somente hoje, senti uma necessidade grotesca de expor tudo o que sinto e está engasgado na minha traquéia. Sabe o que é? É que eu amo um rapaz que não sente o mesmo por mim. E não senti porque eu o feri! Não uma, mas, inúmeras vezes... Ele me amou calmamente por oito longos anos e eu não me importei. Dei valor exagerado ao que na essência, era só detalhe... E o perdi! E perdi para uma mulher excepcional. Uma mulher gigantesca que jamais cometeria os mesmos erros mesquinhos que cometi. Uma mulher? A mulher... que o faz feliz. Irônico é que a partir de não sei quando, ele passou a amá-la com a veracidade que um dia amou a mim. Não sei se com a mesma intensidade que um dia me amou, mas quem se importa? Não importa. Ele a ama. Ele casou-se com ela. E será com ela, os meus tão sonhados filhos. Será com ela, os almoços de domingo. E as noites gélidas, será ela que dormirá em ombros tão largos. Pra mim, qualquer migalha daquele amor, bastaria. Mas hoje, somente hoje, é muito tarde... Muito tarde pra RE-conhecer, pra pedir, pra ligar e dizer: "Cara, volta pra mim! Minha vida sem você não tem a menor graça." Sim... é muito tarde e muito incoveniente. Quem se importaria? Quem se afetaria? Ele não atenderia, ele não sentiria nada... Porque não há mais nada, que tenha restado de nós. E houve nós? Nunca houve um "nós". Porque foi hoje, entre um gole de café e outro, que aceitei o fato de ter o perdido pra sempre... E dói. Dói muito!

Com Carinho, Stephanie M.



'Pelos sonhos desafinados, estremecidos e adiados. Pela culpa. Toda a culpa. Minha. Sua. Nossa culpa. Por tudo que foi e voou. E não volta mais, pois que hoje é já outro dia.'

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