E sobre aquela carta...

Querido,

Desculpa não ter dito tudo por telefone... Tenho certeza que seria mais maduro, mas, eu não sou madura. Nem sempre eu consigo ser. Às vezes eu só quero bater o pé, e gritar as coisas que eu acho certo. E esperar que alguém entenda minhas crises infantis, e faça o que peço. E me frustro. Eu juro que eu queria ser menos impulsiva, menos dramática, menos carente, menos confusa, menos intensa, menos ciumenta, menos qualquer coisa que te afastasse de mim. Mas eu só não consigo.

Eu só sei amar com atropelo, cultivar fantasias irreais de amores sublimes, fartos e eternos. Sou apressada, cheia de ânsias e desejos... E acabo amando mais do que necessito, e recebendo menos amor do que eu planejava. No fundo, eu só posso esperar que em algum momento, em algum lugar, alguém aceite dividir tudo isso comigo. Você deve estar se perguntando onde quero chegar, e porque eu não digo de uma vez... Eu devo ser cansativa às vezes, ou sempre. Mas é que eu quero explicar, mas às vezes, as pessoas simplesmente não se importam em saber, e eu não consigo digerir isso.

Eu não devia ter ciúmes de você... Você sequer é meu. Como posso ter ciúmes do que não tenho? Como posso ter ciúmes do Brad Pitt? Isso não faz sentido. Mas eu não sei de que forma as coisas funcionam dentro de mim... Eu só sinto. É como se “Não é meu, mas me pertence.” Consegue entender? Acho que não... Nem eu. Doem as possibilidades de você conhecer mulheres por aí, e elas consigam te encantar, e você me deixe num canto. Dói a possibilidade, de alguma dessas milhares, roubarem o espaço que eu nem sei se tenho no seu coração. Confesso que eu preferia te guardar num potinho, e te manter no meu quarto.

Só meu. Não empresto. Não deixo ninguém ver. Parece absurdo, eu sei, mas eu pensei. Eu tenho ciúmes de quem gosta de você. Tenho ciúmes de quem possa vir a gostar de você. E tenho inveja... Inveja de quem pode ter você pra sempre. Eu queria ser pra você, o que você é pra mim. Queria que você não deixasse ninguém se aproximar. Queria não pensar que poderia perder qualquer pedaçinho de você. Nem que fosse um minuto diário, nos seus pensamentos. Eu sei que você sabe, o quanto eu queria ser única, a mais importante, a singular, a que você mais ama. Mas eu sei que não sou nada disso. E sei por que sei.

Não lembro se você disse. Mas eu sinto. Eu só não sinto segurança. E sei que você não age dessa forma inconseqüente que eu ajo sempre, mas deve ser porque eu te deixo seguro demais. Eu estou aqui, eu te guardo aqui, eu te quero sempre... Queria me sentir importante pra você. Queria sentir que eu faço falta, que eu faço a diferença, que não tem ninguém que te enlouqueça mais do que eu, e ninguém que te ame com tanta inocência, com tanta beleza. Queria ser a mais desejada, a mais sonhada, a que você mais quer. Eu sei que não sou a única que você quer... E isso também dói. Mas dói tanta coisa, e eu não estou aqui pra falar de dor.

Mesmo porque, eu tenho certeza que você já sabe tudo que me dói. Eu devo ter repetido pelo menos umas cinqüenta e cinco vezes. Eu te amo demais, menino. Só queria provar um terço desse amor que eu tenho por você. Esse amor que queima por dentro e não consigo frear. Não consigo deixar de amar. De querer. De sonhar. E você sabe que eu te desejo tanto... Não se perca de mim... Eu prometo que vou tentar guardar tudo aqui dentro. Porque se a gente briga, você encontra abrigo em outro lugar. E eu realmente não quero isso. Eu só quero que entenda que eu não posso te dividir com o resto do mundo.

E quero que tente compreender, que todo drama, que todo motim, é por amor... E talvez você devesse ficar feliz, por ser tão amado. Mesmo eu sabendo que você é amado por muita gente. Mas meu amor é diferente oh... Ele é mais bonito, ele é sublime. Deixe-me achar que EU te amo da forma mais intensa... Eu preciso mesmo achar que em alguma coisa, eu ganho. Eu me sinto tão perdedora de tudo isso...


Com saudades, Stephanie.

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