Linhas soltas, nenhum sentido.

Tinha terminado, então. Porque alguma coisa dentro da gente, sempre sabe exatamente quando termina. E de tudo isso, me ficaram coisas tão boas. Uma lembrança boa de você, uma vontade de cuidar melhor de mim, de ser melhor para mim e para os outros. De não morrer, de não sufocar, de continuar sentindo encantamento por alguma outra pessoa que o futuro trará, porque sempre traz, e então não repetir nenhum comportamento. Ser nova.

E mesmo que a gente se perca, não importa. Que tenha se transformado em passado antes de virar futuro. Mas que seja bom o que vier, para você, para mim. Te escrevo, enfim, me ocorre agora, porque nem você nem eu somos descartáveis. Acho que é por isso que te escrevo, para cuidar de ti, para cuidar de mim – para não querer de maneira alguma ficar na sua memória, cabeça e no seu coração, como uma sombra escura.

Isso não é cobrança / declaração, nem nada. Só algumas palavras que eu sempre tive vontade de falar... Falta de oportunidade talvez... Nenhuma palavra sua que me abrisse espaço de falar qualquer coisa sobre nós. Aliás, sobre eu e você, porque na verdade nunca fomos nós. Somos sexo, carinho, afinidade, farras, mesa de bar e uma vontade. Da minha parte sempre foi totalmente diferente. Mesmo sabendo que você nunca foi uma pessoa livre por inteira, eu fiz planos, eu construí sentimentos, eu te respeitei todos os dias e eu te quis como eu quis.

Mas depois eu fui vendo que a realidade era outra, você me mostrou que a realidade era outra, e tudo foi mudando dentro de mim, dentro de você e como não consegui cumprir nenhuma promessa das milhões que fiz, sobre mudar, sobre entender, compreender, não cobrar, não brigar... continuamos e continuamos. E foi muito pior, porque perdemos contato, por que ficou tudo muito 'solto' e eu comecei a agir de outra forma, você também, desgastou. E eu me recriminava por estar sempre esperando que nada fosse como eu esperava, mesmo sabendo que não seria mesmo.

Tantas palavras e voltas, e pouco sentido. Bom... és especial pra mim, és uma mistura de rock, samba; Janis Joplin, Chico Buarque; uma percussão, um tamborim. E no fundo, a sutileza de um contraponto de uma sinfonia de Bach. E eu não quero perder tua amizade, nem tua companhia. Não quero...



"...deve ter sido amor, mas está acabado agora."

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